No sertão do Rio Bonito, que aflui suas águas para o vale do Macaé, vive um povo cujos costumes e tradições trazem as marcas dos pioneiros colonos suíços e alemães que povoaram a região. Aqui, como no passado histórico, as pessoas retiram o seu sustento diariamente da terra. As casas de pau a pique, por exemplo, são feitas com o engenho humano e material da terra: barro, madeiras e pedras locais. A habilidade deste povo lhe permite produzir jacás, peneiras, cestos para transportar alimentos, muitos dos quais passarão pelos fogões e fornos à lenha.
Hoje, com a modernidade e o dinheiro, os bens se misturam: pneus e madeira. Muitos parentes se foram para as cidades. E o Rio Bonito continua bonito até quando o desmatamento permitir. Como o tempo, parece não se esgotar. Traz lembranças e leva os sentimentos de quem espera. Como nos tempos passados, os descendentes dos colonos aprenderam a ser parceiros do Rio Bonito, do tempo, da terra. O rio nutre este povo, o qual esquecido e em silêncio, recolhe pedaços da modernidade. Juntam-se aos objetos que lhes falam de plantas, de terra, de animais. E o velho e o novo se cruzam na infância, que, como sempre, brinca.
- texto de Jorge Miguel Mayer, que integra a exposição fotográfica de Regina Lo Bianco -
(publicado em 18/05/2009 no jornal A Voz da Serra, no Caderno Light)
terça-feira, 19 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário